Com o objetivo de promover estudos sobre impactos das mudanças do clima e do uso da terra no Setor Elétrico Brasileiro, a ENGIE Brasil Energia investiu R$ 4 milhões ao longo dos últimos dois anos no financiamento de oito projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), executados no âmbito do Programa de PD&I da ANEEL. Os resultados, que incluem o aprimoramento de previsões climáticas de longo prazo, foram apresentados oficialmente em evento na sede da Companhia, em Florianópolis, no dia 2 de outubro.
A chamada pública visou identificar oscilações climáticas no passado e presente na América do Sul, determinar a evolução do clima regional, quantificar fontes de umidade para macrobacias hidrográficas brasileiras e aplicar essas informações no planejamento do setor energético. Além disso, buscou implementar ferramentas operacionais para atualizar projeções climáticas até 2060. As linhas de pesquisa incluíram paleoclimatologia, mudanças futuras nos padrões atmosféricos e oceânicos, quantificação de fontes de umidade e modelagem climática regional.
“A apresentação dos resultados complementar com o nome do P&DI Mudanças Climáticas foi um espaço oportuno para a troca de conhecimento. Todo o trabalho realizado gerou informações estratégicas muito relevantes para o setor elétrico e para a sociedade como um todo. Os resultados serão devidamente compartilhados, ampliando o público beneficiado pelas pesquisas. Ao investir nessas iniciativas, nossa missão como uma das empresas protagonistas do setor de energia é contribuir para a garantia da sustentabilidade das fontes de energia renováveis no Brasil”, afirma o Diretor-Presidente da ENGIE Brasil Energia, Eduardo Sattamini.
“A inovação é um dos pilares da ENGIE. E, com esse edital, conseguimos trabalhar a inovação de forma estratégica para a empresa e contribuir de forma positiva para aprimorar diferentes pesquisas que atuam no enfrentamento das mudanças climáticas”, acrescenta o Diretor de Regulação e Mercado da EBE, Marcos Keller.
Um dos estudos, por exemplo, liderado pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), de Minas Gerais, apresenta que, nas próximas décadas, haverá um aumento da precipitação de chuvas no verão na maior parte do Brasil, intensificando-se após 2060. No outono, projeta-se um aumento de até 20% a partir de 2080 em algumas regiões brasileiras, enquanto no inverno e primavera, espera-se uma redução de precipitação em várias áreas do país. Outro aspecto levantado, as projeções climáticas de vento e densidade de potência eólica indicam que regiões tradicionalmente favoráveis à geração de energia eólica, como o Nordeste do Brasil, continuarão promissoras até o fim do século.
No total, foram recebidas 53 propostas de todas as regiões do país, com ampla diversidade entre as equipes. Destas, oito conseguiram ser contempladas, com início em janeiro de 2022 e finalização em agosto de 2024. Foram mobilizados cerca de 27 profissionais ao longo do período de estudos, entre colaboradores das empresas e universidades parceiras, bem como colaboradores da própria ENGIE. Representantes das oito executoras estiveram no encontro em Florianópolis agora em outubro.
“Os impactos das mudanças climáticas estão cada vez mais presentes no dia a dia da nossa sociedade. Com o suporte da inovação e a tecnologia, trabalhamos para melhorar as previsões e encontrar soluções para problemas futuros”, acrescenta o Gerente de Performance e Inovação da ENGIE Brasil Energia, Felipe Rejes de Simoni.
Nesta rodada, puderam se inscrever pesquisadores e profissionais vinculados a Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs), incluindo universidades, além de startups e empresas especializadas, ampliando e fortalecendo a relação entre academia, comunidade cientifica e iniciativa privada. A originalidade e o ineditismo dos projetos estavam entre os critérios de seleção. Como resultado do PD&I, a ENGIE passa a contar com uma sólida base de dados que permitem estabelecer novos estudos internos para enfrentamento dos desafios que as mudanças climáticas colocam para o crescimento sustentável da geração de energia renovável.
Todos os estudos contribuem, ainda, para ampliar o embasamento para o processo de transição energética rumo a uma sociedade mais sustentável e justa para todos, foco da ENGIE Brasil Energia, que hoje é a empresa líder em energia renováveis no país e segue investindo fortemente na expansão do setor.
As propostas contempladas e os resultados alcançados
MeteoIA aprimora previsão climática de longo prazo
Fundada em 2018, a MeteoIA é uma climate tech que atende mercados sensíveis às variações e mudanças do clima através de modelos de IA customizáveis e capazes de gerar previsões diretamente relevantes para cada setor.
No projeto contemplado, foi executada uma abordagem mecanicista para identificar mudanças e variabilidades nos mecanismos de precipitação regional e para reduzir a incerteza de projeções futuras (até 2050), ponderando e filtrando modelos que representem satisfatoriamente esses mecanismos no clima atual. O estudo analisou detalhadamente os dados históricos do clima no Brasil, identificando os principais mecanismos que influenciam a precipitação, como o El Niño e o aquecimento dos oceanos.
A principal aplicação desse estudo é proporcionar suporte às tomadas de decisão embasadas em informações mais confiáveis e com menor margem de incerteza. Ao fornecer dados concretos das mudanças projetadas visamos capacitar os tomadores de decisões para formularem estratégias diante das variações climáticas previstas.
TempoOK trabalha projeções de chuva para o Brasil com técnicas de Machine Learning
Uma empresa islando-brasileira líder em previsão operacional de tempo e clima, a TempoOK atua com monitoramento de variáveis meteorológicas para o setor elétrico brasileiro. O projeto contemplado teve como objetivo principal melhorar as projeções de chuva para o Brasil até 2050, utilizando modelos climáticos globais e técnicas de Machine Learning (ML).
Foram estudados os impactos das projeções de longo prazo e estabelecida uma metodologia para definir o cenário mais provável de mudança na chuva, reduzindo erros sistemáticos e melhorando a representação sazonal da chuva.
Apesar dos desafios, a combinação dos modelos ajustados resultou em projeções mais realistas, auxiliando no planejamento de recursos hídricos e na geração hídrica. Essa abordagem melhora a precisão das previsões, auxiliando no planejamento de recursos hídricos e na mitigação de impactos adversos, com aplicabilidade em setores como geração de energia, agropecuária e defesa civil.
UFF desenvolve software inovador para análise de séries temporais
Localizada em Niterói, no Rio de Janeiro, a Universidade Federal Fluminense (UFF) liderou estudo para aprimorar a identificação de oscilações climáticas, com o desenvolvimento de um software inovador para análise de séries temporais e identificação de sinais de alerta precoce no sistema hidrológico da América do Sul. Para isso, foi criado um banco de dados que inclui a compilação de dados paleoclimáticos e paleoceonográficos, registros geológicos, séries instrumentais observacionais e simulações numéricas da variabilidade climática.
Os resultados das análises fornecem insights sobre possíveis tendências e variações climáticas até 2060. A análise identificou tendências de precipitação, tanto positivas quanto negativas, em diferentes regiões do país.
Além disso, foram detectados sinais de transição climática, que são mudanças abruptas ou pontos de inflexão nas séries temporais de precipitação. Esses resultados são fundamentais para a formulação de estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, permitindo uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos e uma melhor preparação para eventos climáticos extremos.
UFPR estuda os impactos de longo prazo do El Niño na América do Sul
A Universidade Federal do Paraná (UFPR), localizada em Curitiba, liderou projeto com o objetivo de avaliar como determinados modelos climáticos reproduzem o clima presente da estação de monção na América do Sul, sua evolução da primavera para o verão e sua variabilidade interanual.
O estudo descreve mudanças significativas no ciclo anual de precipitação na América do Sul. No futuro (2065-2100), espera-se uma diminuição da precipitação durante a primavera no núcleo da monção sul-americana em comparação com o clima presente (1979-2014). Em contraste, durante o auge do verão, a precipitação tende a aumentar ligeiramente na mesma região, refletindo um padrão de impacto semelhante ao El Niño. A análise destaca a importância de estudar a mudança climática com maior resolução temporal, pois o uso de dados anuais ou de estações estendidas pode mascarar variações importantes.
Além disso, a mudança climática sugere uma intensificação dos eventos de El Niño, o que pode amplificar seus efeitos sobre a precipitação na América do Sul. Isso fornece um arcabouço dinâmico para explicar as mudanças climáticas na região, destacando a importância de escolher corretamente os modelos climáticos para estudos futuros.
UNIFEI lidera dois projetos, um para projeção de mudanças climáticas e outro com foco nos fluxos de umidade no Brasil
A Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), localizada em Itajubá e Itabira, Minas Gerais, foi contemplada com dois projetos. O primeiro utiliza modelos climáticos globais para projetar mudanças climáticas futuras, fornecendo simulações detalhadas de variáveis climáticas, como precipitação e temperatura, em diferentes cenários de emissão de gases de efeito estufa. Foram adotadas técnicas essenciais para obter projeções climáticas mais confiáveis e detalhadas, fundamentais para o planejamento de infraestrutura energética e outras aplicações.
Nos resultados apresenta que, nas próximas décadas, haverá um aumento da precipitação no verão na maior parte do Brasil, intensificando-se após 2060. Outro aspecto levantado, as projeções climáticas de vento e densidade de potência eólica indicam que regiões tradicionalmente favoráveis à geração de energia eólica, como o Nordeste do Brasil, continuarão promissoras até o final do século. O projeto também contempla estudos sobre a geração de energia solar.
O segundo projeto da UNIFEI trabalhou a análise dos impactos e incertezas das mudanças climáticas nos fluxos de umidade sobre o Brasil. O estudo focou especialmente nas 12 regiões hidrográficas definidas pela Agência Nacional de Águas. As projeções para o período de 2031-2060, em comparação com 1985-2014, indicam um aumento de temperatura em todo o Brasil, especialmente na região Amazônica, onde pode chegar a 2,8ºC. As mudanças de precipitação são menos significativas, com uma leve redução na maior parte do país, exceto no Sul, onde pode haver um pequeno aumento. Esses resultados sugerem um futuro com temperaturas mais altas e maior evapotranspiração, mas pouca mudança na precipitação média anual, embora eventos climáticos extremos possam se intensificar, afetando os recursos hídricos.
UNIPAMPA identifica padrões atmosféricos que levam a eventos extremos
A Universidade Federal do Pampa, do Rio Grande do Sul, identificou padrões atmosféricos que levam a eventos extremos de precipitação e seca no Brasil e avaliou seus impactos no setor de geração de eletricidade.
Especificamente, buscou-se analisar padrões sinóticos como monções, bloqueios atmosféricos, oscilações, complexos convectivos, vórtices ciclônicos e zonas de convergência, utilizando dados de estações meteorológicas e reanálises para o período de 1982 a 2021, com foco em anos críticos. Assim, estende estimativa das ocorrências espaciais e temporais de eventos extremos de precipitação em três cenários futuros com projeção para 2031 a 2060.
USP estuda episódios climáticos extremos na Bacia do Prata
A Universidade de São Paulo investigou a relação entre episódios climáticos extremos na Bacia do Prata entre 1980 e 2018 e as variações no transporte de umidade atmosférica. O objetivo foi entender como o transporte de umidade desde diferentes regiões remotas influenciou esses eventos.
As principais descobertas incluem a identificação de 49 eventos secos e 46 eventos úmidos, com as principais fontes de umidade atmosférica localizadas nas bacias do Amazonas, Tocantins, São Francisco, Atlântico Nordeste, Atlântico Leste/Sudeste, Atlântico Sul, e nas regiões oceânicas ao leste e ao sul do Brasil. A bacia do Amazonas foi a principal fonte remota de umidade em termos absolutos. A análise de regressão linear mostrou uma forte relação entre o transporte de umidade das bacias do Amazonas, Atlântico Norte e Tocantins e a severidade e duração dos eventos. Esses resultados são úteis para a previsão e monitoramento de eventos climáticos extremos na região.
Sobre a ENGIE
A ENGIE é referência mundial em energia de baixo carbono e serviços. Com seus 97.000 colaboradores, clientes, parceiros e stakeholders, o Grupo está comprometido em acelerar a transição para um mundo neutro em carbono, através do consumo reduzido de energia e soluções mais sustentáveis. Inspirada em seu propósito, a ENGIE concilia performance com um impacto positivo sobre as pessoas e o planeta se apoiando em suas atividades chave (gás, energia renovável e serviços) para oferecer soluções competitivas aos seus clientes. Faturamento em 2023: 82,6 bilhões de Euros.
No Brasil, a ENGIE, empresa líder em energia 100% renovável do país, atua em geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, transporte de gás e soluções energéticas. A empresa possui 11 GW de capacidade instalada, provenientes de fontes renováveis e com baixas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), como usinas hidrelétricas, eólicas, solares e a biomassa.
A ENGIE é também a detentora da mais extensa malha de transporte de gás natural do país, com 4.500 km, que atravessam 10 estados e 191 municípios, graças à aquisição da Transportadora Associada de Gás – TAG, concluída em 2020.
Além disso, a ENGIE possui um portfólio completo em soluções integradas responsáveis por reduzir custos, emissões e melhorar infraestruturas para empresas, como ar comprimido, autoprodução solar local, biogás e biomassa, consultoria e gestão de energia, HVAC e subestações. Nas cidades, atuamos como parceira para tornar os espaços urbanos mais eficientes e sustentáveis, com soluções de iluminação pública, mobilidade elétrica e de district cooling.
A ENGIE teve no país em 2023 um faturamento de R$ 11,7 bilhões. Contando com 2.800 colaboradores, a companhia recebeu em maio de 2024 a certificação Great Place to Work, um reconhecimento que valida o compromisso contínuo da empresa de criar um ambiente de trabalho positivo e inclusivo para todos.
A ENGIE está presente na B3 por meio de sua empresa de geração e comercialização de energia cujo ticker é o EGIE3. Na B3, a ENGIE integra o Novo Mercado, além de ser uma das únicas companhias listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial desde o início do ISE, em 2005. Em 2021, a B3 incluiu os papeis da ENGIE no Índice Carbono Eficiente (ICO2), composto pelas ações das empresas participantes do IBrX 100 que possuem maior transparência em relação ao reporte das emissões dos GEE e de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
O Grupo é negociado nas bolsas de Paris e Bruxelas (ENGI), sendo representado nos principais índices financeiros (CAC 40, Euronext 100, FTSE Euro 100, MSCI Europe) e índices não financeiros (DJSI World, Euronext Vigeo Eiris – Europe 120/France 20, MSCI EMU ESG screened, MSCI EUROPE ESG Universal Select, Stoxx Europe 600 ESG-X).
Informação para Imprensa | Edelman Brasil | engie@edelman.com
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
ELISA DESTRO DE OLIVEIRA
elisa.destro@hotmail.com