Desde 1984, a BASF, multinacional do setor químico, trouxe a Mata Atlântica para dentro do Complexo Químico de Guaratinguetá, com objetivo de recuperar a mata ciliar capaz de trazer benefícios à sociedade e à biodiversidade ao redor de suas instalações. Assim nasceu o Programa Mata Viva® que, ao completar 40 anos em 2024, celebra o lançamento de uma nova reserva, localizada na fábrica de plásticos de engenharia da companhia, em São Bernardo do Campo (SP).
Com aproximadamente 20 hectares de vegetação, a “Reserva Mata Viva Batistini” – nome dado em homenagem ao bairro onde está localizada – possui trechos de Mata Atlântica bem conservados e outros trechos de florestas ainda em regeneração, constituídos com espécies que se desenvolvem ali na região, além de espécies de eucaliptos. Essa área é moradia de 9 espécies de mamíferos e 65 de diferentes tipos de aves, além de 140 de árvores, entre arbustos, palmeiras, trepadeiras e ervas, de acordo com o mapeamento da biodiversidade feito pela Fundação Eco+, responsável técnica do Programa Mata Viva®.
“O estudo da Reserva Mata Viva Batistini foi realizado ao longo das diferentes estações climáticas do ano buscando captar as mudanças e o dinamismo da natureza do local. Com o que encontramos, compreendemos que existe grande potencial para desenvolver um programa de visitação no local podendo atender desde colaboradores aos moradores do bairro, com engajamento para trabalhar temas como a importância compartilhada para a conservação da biodiversidade e dos recursos ecossistêmicos, como as águas dos córregos que cortam a área da fábrica e a comunidade do entorno”, conta Tiago Egydio, biólogo e gerente da Fundação Eco+.
Como indústria química, a BASF entende que a preocupação com o meio ambiente é também uma responsabilidade corporativa. Para além da pesquisa e do desenvolvimento de produtos e soluções mais sustentáveis, a empresa olha para suas unidades produtivas como plataformas de conservação da biodiversidade local. “Transformamos a restauração de áreas verdes em um compromisso da empresa, promovendo e escalonando o valor da restauração ecológica de florestas com clientes, governos, parceiros e sociedade civil”, declara Ricardo Torres, diretor de operações da BASF.
A iniciativa das empresas desenvolverem florestas privadas, ou florestas corporativas, vem da necessidade de combater as mudanças climáticas em curso no todo mundo, principalmente nas grandes cidades, uma vez que as árvores desempenham papel crucial como sumidouros de carbono. “Quando árvores são removidas, o solo fica exposto, resultando em menor absorção da água da chuva para reposição do lençol freático, o que contribui para a intensificação de processos de desertificação e escassez hídrica. Além disso, a sensação térmica em regiões com poucas áreas verdes também tende a ser maior, provocando problemas na subsistência e no bem-estar das pessoas”, explica Tiago.
Com o Brasil se comprometendo com a restauração de 12 milhões de hectares de florestas ao assinar o Acordo de Paris, as áreas verdes privadas podem contribuir significativamente para a contabilização dessa meta, inclusive. “Quanto mais empresas incentivarem projetos de conservação e restauração florestais no Brasil, melhor será o cenário futuro frente às consequências indesejáveis das mudanças climáticas”, complementa Ricardo.
Programa compensação de emissões de carbono
A Fundação Eco+ coordena projetos de restauração florestal em parceria com outras instituições, a partir da sua experiência com o Programa Mata Viva®. A instituição adota o modelo de Avaliação de Ciclo de Vida para calcular as emissões de carbono de um evento ou produto que uma empresa gostaria que fosse compensado. “Para calcular as emissões de um evento, por exemplo, consideramos o número de participantes, modais de transporte e consumíveis, além da energia elétrica gasta. Também oferecemos uma ferramenta online para as pessoas interessadas em calcular a sua própria pegada de carbono e o caminho para compensar estas emissões ou para fazer a doação de uma muda ao programa” conta Tiago.
A restauração é realizada em locais que podem apoiar a conservação de espécies ou localidades que visam a melhoria dos serviços ecossistêmicos e que tragam impacto social às populações daquela região. A plantação de novas árvores é concentrada no período chuvoso – entre outubro e março, para que as chances de sobrevivência das mudas sejam maiores.
As áreas restauradas recebem cuidados por dois anos, com adubação, capina e controle de pragas, para que as árvores plantadas ou regeneradas cresçam bem. “Nós não trabalhamos em áreas degradadas cuja restauração seja obrigação legal decorrente de algum processo judicial. Focamos em áreas que precisam do suporte com o manejo do solo e com a biodiversidade”, enfatiza o biólogo.
Em 2023, a demanda de compensação de carbono aumentou mais de 100%. Aproximadamente 30,5 mil mudas nativas foram plantadas. Uma nova etapa deste projeto é a construção de uma rede de sementes junto a agricultores familiares, proporcionando impacto social positivo para essas pessoas ao gerar novos negócios.
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LARISSA LUIZA BATALHA BENEDITO
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