O fogo foi um elemento que ajudou a escalada civilizatória da humanidade. Primeiro, ao auxiliar na cocção e permitir o consumo de alimentos que, se não submetidos a tratamento térmico, não seriam assimiláveis pelo organismo dos racionais. Depois, ao ajudar os homens a se aquecerem nas baixas temperaturas e suportarem os invernos rigorosos. Ao pé do fogo se edificaram famílias, estabeleceu-se o diálogo e disseminou-se a compreensão.
Só que fogo incontrolado é morte certa. O dantesco espetáculo do Brasil em chamas há algumas semanas é aterrador. Coincidiu a junção de vários fatores adversos: temperatura elevada, estiagem provocada pelas emergências climáticas, mais a crueldade de animais irracionais que provocaram incêndios em florestas e cultivos.
O resultado foi trágico. A fumaça cobriu o país. Incêndios de grandes proporções na Amazônia, Pantanal e Cerrado, chegaram a São Paulo e também a outros países. Nosso Estado, que nunca registrou tanta desgraça, teve mais de cinquenta cidades com decreto de emergência e crise grave.
É importante que a cidadania ajude a evitar que isso aconteça novamente. Manter o mato cortado e, se possível, enterrado. Procurar umedecer áreas suscetíveis à combustão. Não jogar “bitucas” de cigarros em terrenos baldios, nem na estrada ou no meio-fio das vias públicas. E acionar o 153, que é o telefone que poderá articular a defesa civil, os bombeiros, os brigadistas e os voluntários que combatem esse amigo do homem que, sem controle, é seu maior inimigo.
Chega de fogo entre nós. Defendamos nosso verde, pois sem ele não existirá água, o elemento que serve para combater o fogo, mas cuja escassez é outro motivo de preocupação atual.
*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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LUCIANA FELDMAN
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