No Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de março de 2024, as empresas tiveram como prazo final para entrega o Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, com o intuito de garantir a igualdade salarial entre homens e mulheres. De acordo com dados do IBGE divulgados recentemente, mesmo com níveis educacionais mais altos, as mulheres ainda recebem 21% a menos que os homens. Em cargos de liderança, a diferença salarial chega a 78%. Além da disparidade salarial, as mulheres enfrentam diversos desafios no mercado de trabalho.
Uma pesquisa realizada pela Think Eva, consultoria especializada em equidade de gênero no ambiente corporativo, em parceria com o LinkedIn, revelou que 47,12% das mulheres já sofreram assédio sexual no ambiente de trabalho. Nana Lima, diretora da Think Eva, ressalta a importância de um compromisso contínuo e integrado. “Um ambiente de trabalho justo e seguro para as mulheres depende da responsabilidade das empresas. A realização de ações isoladas no Dia Internacional da Mulher não resolve o problema: é essencial combater a violência e a desigualdade diariamente, por meio de políticas institucionais, programas afirmativos e ações consistentes que gerem resultados tangíveis”, destaca.
Como as empresas podem contribuir para um mercado de trabalho mais justo:
1. Conscientização sobre desigualdade
O Fórum Econômico Mundial estima que serão necessários mais de 135 anos para homens e mulheres alcançarem a igualdade em termos econômicos, políticos e educacionais. Essa desigualdade não afeta apenas as mulheres, mas também prejudica a sociedade e as empresas, que perdem em potencial, oportunidades e diversidade. Para combater essa situação, as empresas podem promover oficinas, formações e debates sobre a temática.
2. Apoio à saúde mental feminina
O relatório “Esgotadas”, do Lab Think Olga, divulgado em 2023, destaca que 45% das mulheres brasileiras relataram diagnósticos de ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais. É fundamental que as empresas desenvolvam ações para reduzir o impacto negativo e fortalecer a saúde mental das mulheres, por meio de políticas, benefícios e programas que promovam o bem-estar. “Mulheres saudáveis e resilientes constroem empresas que valorizam, acolhem e promovem a inclusão”, afirma Nana.
3. Estímulo à autonomia das mulheres
Promover a autonomia feminina é essencial para garantir segurança e crescimento para todas as mulheres. É importante encorajar as mulheres a se enxergarem como agentes de mudança em prol da emancipação feminina e de uma sociedade mais justa e inclusiva. As empresas podem adotar políticas que permitam maior autonomia, flexibilidade no ambiente de trabalho, licenças parentais inclusivas e outras medidas que promovam a igualdade.
4. Envolvimento dos homens na busca por equidade
Para alcançar uma sociedade e um mercado de trabalho justos e igualitários, é fundamental o envolvimento de todos, incluindo os homens. Apresentar dados, conceitos e desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho de forma clara e conciliadora é essencial para que os homens se tornem aliados na prática e façam a diferença na vida de suas colegas. Ao criar iniciativas que incentivem a participação ativa dos homens na promoção da equidade, é importante considerar todas as hierarquias dentro das empresas.
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LUANA DA CRUZ GASPAROTTO
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